quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Você me daria a mão?

Nestes ultimos 4 meses meu barco encostou num porto pelo qual nunca tinha sequer passado. A vida ganhou um nova perspectiva diante dos meus olhos e eu já não sou a mesma.

É de uma profundidade tão grande e tão pessoal isso de que falo agora, que mesmo espontaneamente procuro delicadeza e respeito na forma de me expressar.

Sinto que a existIencia é perecível. Essa sensação me traz um alívio e uma dor profundos e diretamente proporcionais. 

Nunca me senti tão grata. Gratidão pra mim é a definição mais próxima que de alcançar do que seja felicidade.

Me sinto feliz. Me sinto viva. E sinto um medo imenso do fato de que isto tudo vai acabar. E sinto uma angústia antiga e companheira sobre o sentido que tudo represente.

As vezes penso que a vida é uma ilusão. Noutras sinto tudo tão a flor da pele que não consigo encontrar razão. A vida não é plena. Não é segura. Não é precisa.

E eu preciso tanto. 

Quem dera parar de precisar, de querer. Quanto mais compreendo a vida correndo em minhas veias, mais me reparto em duas.

Uma que consome outra que pede. Uma que seonha outra que cobra. Uma que quer, quer, quer, quer...outra que so quer ser.

Pra que esta pressa toda. Essa pressa tanta. Esta preesão. Pressão é o excesso de pressa. Desacelar é tomar consciência. Sentir paz. Paciência. Ciência da paz.

A vida é um círculo profundo. Sem começo, sem fim. Ou com o fim no começo e o começo dentro do fim. 

E quanto mais profunda eu sinto a vida, maior é minha disposição para vivê-la e maior o medo que eu tenho de perdê-la.

Queria desvestir minha ansiedade. Desagarrar meus medos. Desembrulhar o agora. E ser.

Eu sou. 

Eu sou.

Eu sou e ponto.

O resto acontece.

Quem vive e narra minha história sou eu.

Porque eu sou...não importa onde ou como esteja eu sempre sou.

Sat Nam ;)

domingo, 16 de novembro de 2008

"Como se despedir de alguém que você nunca imaginou viver sem? Eu não disse nada. Apenas me afastei..."(My Blueberry Nigths!)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

43 dias depois...

O tempo é mesmo remédio. Pra qualquer coisa. Pra tudo. A palavra de ordem é paciência. E fé. Paciência + fé = a deixar com o tempo que ele resolve. As coisas se resolvem através do tempo. Principalmente se envonlver sentimentos, emoções. O tempo é mesmo o melhor remédio.

A ansiedade vira calma. Varios instantes depois e o distante ficou perto, já é. O coração bate num compasso civilizado. A cabeça funciona sem estar em ebulição. As lágrimas secaram. Até a raiva começa a passar.

Os quilos a mais na balança vão indo embora. A preguiça só aparece de manhãzinha. Sábado a noite ainda não é o dia mais emocionante, nem domingo o mais triste. E embora segunda e terça ainda sejam os mais difíceis, a concentração nos escritos, nas leituras, nos trabalhos, no estudo torna-os profundamente interessantes e fundamentais.

Superar é real. Terminar é fatual. Recomeçar é fundamental. Mais uma vez é só ela, paciência e sua companheira fé...o resto é consequência.

O ódio saiu. Deu lugar à uma quase dó. Pena. Pesar. Uma compaixão por aquilo que o outro realmente não consegue e um não pode aturar.

Quem tá acostumado a dar a cara a tapa, fazer o que acha que deve, ir a luta, seguir em frente e jamais desistir acha difícil aceitar esta gente que aceita, foge, se cala ao invez de insistir.

Parece até que era tudo mentira, da boca pra fora. Parece que fez a gente de tonta ou que a gente mesmo fez papel de idiota. Não é. O outro tem suas limitações, diferentes das minhas, e eu só posso aceitar.

Passado o calor das emoções tudo o que eu consigo fazer é lamentar. Não por mim, mas por você. Pelo que você não conseguiu dizer, pelo que você não soube lutar. Por tudo que você calou sentindo sem saber falar. Pelo que poderia ter sido se você conseguisse me parar.

Eu chorei, gritei, falei, me impus. Fiz o que quis, decidi, sofri e cá estou. Mais certa do que nunca desta minha escolha.

A opção pra você dessa vez não foi uma escolha. A gente tem que de pequino definir nossas prioridades para estar certo do que resolver depois. Respeitar a gente mesmo dá um calor na alma, um conforto. Um consolo no final das contas.

Fico imaginando você pensando que nem gostava tanto assim. Fico imaginando você chorando sozinho no escuro. Fico imaginando você faliz com outra menina. Fico imaginando você arrasado com outra mulher. Fico pensando será que consegue gargalhar? Será que seu sono vem facinho, quando você deita no travesseiro sabendo que não soube lutar?

Ou será que você nem sabe? Não consegue perceber? Será que eu devo te alertar, pra você entender o que não fez? Tem horas que eu pensao que sim, tenho tanto pra dizer. Tanto que você não quis ouvir, mas eu pretendo te dar a chance de saber.

Foram anos de uma história. Foi um tempo. Pra mim o aprendizado é tão sincero, tão intenso, tão verdadeiro. Entre sorrisos e saudade, entre telefonemas e cartas, entre mensagens e entrelinhas a lacuna da distância e a força que eu descobri em mim.

Quero que você saiba. Vou encontrar um jeito de dizer. Uma maneira de te contar. Eu superei. Está passando. Pra você também vai passar.

E foi bom!

Sat Nam ;)

sábado, 7 de junho de 2008

Silêncio Confortável

Enquanto a noite aprofundava em vezes de madrugada, a chuva caía fininho e doído molhando a alma. Como todo começo que se preze, aqui também foi um olhar. Dois olhares. Dez olhares. E depois um sorriso. Que encontrou o olhar, que encontrou outro sorriso. Uma troca espontânea e singela, sem truques, sem malícia. Quem via de fora sentia o cheiro daquela sensação no ar. Quem tava de dentro quase esqueceu que tinha mais gente lá.

Ela tinha vestido seu mais lindo sorriso. Ele apenas observava. Ela sabia. A magia daquele encontro nascia ali. Num ístimo, de uma ilha perfeita, num feriado qualquer de outubro. Num átimo de não-tempo.

Ele: Oi. Ela: Oi.

Duas palavras ditas em menos de três segundo que duraram tempo suficiente para transformar 2 mundos.

A conversa iniciou-se lá pelas molduras da chuva, desceu pela beleza do lugar, emendou na demora da viagem e...de repente a mesa era um muro quase instransponível, o olhar era um portal totalmente convidativo, o frio na barriga gelava até o cérebro e o os dois não calavam seus sorrisos.

(pensamento) "Bixo, têm uma casca de feijão no dente dele. A hora que este cara se olhar no espelho ele vai desacreditar do mico. Eu mal consigo ouvir o que ele fala. Será que eu devo avisar? Meu, vai ser muito quebra clima!"

Hein, ôh? Menina do interiorrrrrrr! rs

Ãh? Ãh? Ah, oi desculpa eu...eu tava distraída.

E quando ela estava quase decidida a implicar(porque ela sempre implica)... reencontra aquele olhar. Mudo. Dizendo tudo, ainda que ela não ouvisse nada.

"quer saber, foda-se o dente sujo! Ele é muito fôfo! Olha o cabelo lorinho dele, tirou o gorro e ficou todo bagunçado. E o sorriso? A casquinha de feijão tá até virando charme!!!!!!"

Tá falando o que aí ô Paulistinha "iraaaaaado, meu". Diz aí pra mim vai: iraaaaado meu!

(pensamento dele) "Manu, olha essa mina! Fazendo gracinha pra mim! Meu...olha o olho dela, a boca, esse jeitinho que ela fala e ainda gostosa. Fala sério!"

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu.

Ninguém viu, ninguém ouviu. Contudo, cupido não erra. Mirou sua flecha certeira, respirou fundo e mandou: já era!

Então meu, que você acha da gente sair daqui desse barulho, deste monte de gente...

Pois é, ia ser uma boa, mas é que eu tô trampando, manja...

Não, desculpa mas eu não manjo. O que tá acontecendo comigo nesse exato momento não me dá espaço pra manjar coisa nenhuma além de você. Não faz essa carinha, vem, vamo fugi daqui.

Foram.

Eu? Ah, eu gosto de cinema. Quer dizer eu estudo marketing, mas eu amo escrever e...e eu quero ser roteirista. Bem, um dia eu vou ser diretora, mas eu quero começar como roteirista e...

Meu pai é cineasta. (jura?!) É...Eu ainda tô no colegial, mas meu negócio também é cinema. Quer dizer, eu vou prestar marketing porque a grana tá mais por aí, mas eu quero mesmo é cinema. Produzir, dirigir. Na verdade eu amo fotografia.

Fotografia?

É...e música!

Múúúúúúúúúsicaaaaaa...Cara, que massa...

Cara não, Daniel.

Ops, eu sou Paty.

Paty! Paty, gostei deste teu om aí.

Gostou é? "(uólha o xaveco furado aí gente!)"

Ahã, você faz yoga?

Faço sim. E meditação. Quer dizer, menos do que eu gostaria, mas o tanto que eu posso agora. Você se liga nisso?

Pois é, eu conheci esse lance de yoga por causa do surf.

Você pega onda?

Na verdade começou de brincadeira. Mas aí, meu, de repente eu e o mar. Eu...eu tenho uma coisa com o mar e...e o lance começou a ficar mais espiritual, mais intenso, mais profundo.

É mesmo? Sabe, eu não tenho assim muita vontade de aprender a pegar onda. Quer dizer, tenho, mas não uma vontade que me mova (e quando eu quero meeeeesmo eu me movo, manja) mas deve ser um puta tesão passar a arrebentação e ficar lá, no meio do mar, no meio do mundo, no meio da vida. No meio do nada, no meio do tudo, no meio, dentro...ou fora...sendo. Ou não!

(um beijo.........)

(um beijo muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito bom)

(sorry, um beijo sensacional, incrível, com casquinha de feijão, gosto de chapinha, mão no rosto, lingua na medida...ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...que beiiiiiiiiiiiijo!)

(fim de beijo, abraço apertado, olhar meio envergonhado, porém cúmplice)

SILÊNCIO.

De um lado era o mar que quebrava quietinho. Do outro era ele também, ondulando devagarinho. No céu a lua nova fez questão de deixar bem escuro e a chuva caía fininha, fria, obrigando a ficar pertinho. O universo era um abraço.

Um bom tempo deste silêncio, silêncio em letras maiúsculas. Até que eles saem daquela inércia em alfa...ele olha pra ela e diz:

Silêncio confortável.

Ela apenas sorri, concordando redondamente. Deita a cabeça no seu ombro, ele a abraça mais forte, traz ela mais pra perto.

Você é aquariana não é?

Sou, como você sabe?

Só podia! Que dia é seu aniversário?

7 . E o seu?

8!

juuuuuura????

gargalhadas num mix de indignação com maravilhamento.

Você acredita em coincidências?

Eu não!

(risos)

Nem eu.

Até porque, nada é por acaso.

Olha só, Dani - posso te chamar assim?

Por favor.

Eu preciso mesmo voltar. E, bixo eu nem sei o que dizer do quanto essa loucura aqui tá sensacional mas, eu tô trampando, saca, na frente de todo mundo não vai rolar.

Não dá nada. Escondido é bom também. Apesar de que você tá no trampo mas ninguém tem nada a ver com a tua vida, certo? Cada um com seus problemas!

Ou não! (rs) Cada um com seus problemas eu adoro. Mas pra evitar estress eu vou na frente tá? (e dá um beijo nele)

Ou não! (segura a mão dela enquanto ela sai)

Hahahahahaha (e sai assim meio de lado, indo embora, louca pra ficar...ele chama)

Paty...iraaaaaaado meu!

No caminho de volta a realidade ela faz um mini flah-back de tudo aquilo e pensa "bixooooooooooo, quê issooooooo?! Bem isso não é uma perguntá é apenas um desabafo. Eu não sei, não quero saber, mas confesso Deus: mais uma vez você brilhou!".

A festa rolando. Quem é mais esperto ou interessado em algum dos dois, ganha no ar. O amigo dele olha pra ela cúmplice, levanta o copo num brinde. A amiga dela olha pra ele também e ensaia um "olha lá, hein".

A felicidade dos dois é um segredo confuso, doido pra ser desvendado e adorando ficar escondido. Os olhares se atacam, o código se estabelece. Os sorriso entregam. Não dá pra ficar longe. Ela sai de mansinho, a desculpa é o banheiro, ele vai atrás, mas um cara puxa papo no meio do caminho.

Esperto ele não desiste, faz hora na fila do bar. E quando ela sai lá de dentro e passa por ele quase derretendo ele sussura ao seu ouvido baixinho

Eu quase já te amo!

.
.
.

"...ou teria sido "eu já quase te amo"??? Faz tanto tempo. Mas eu nunca consegui esquecer."

SAT NAM ;)

Onde quer que esteja, namastê!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

entregue

Ela levantou mais tarde do que de costume. Não tomou café-da-manhã como todo dia. Não tomou banho, colocou sua roupa mais linda e saiu faceira, como de hábito.
Hoje o sorriso dela engastalhou. A boca semicerrada disfarça a angústia e o medo que olhar entrega. O cabelo desgrenhado, a camisola até meio-dia. Tudo delata o caos de sua mente confusa.
A manhã está no final. embora suas dúvidas estejam há anos no mesmo lugar. Arrumar as malas é sempre uma terapia, uma fuga boa, um passo rumo a saída.
Com a lingua amarrada, a cara passada, a cama bagunçada ela é, neste dia, mais um ente vivente que procura, busca, luta e cansa.
Mesmo que só por hoje!