quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

entregue

Ela levantou mais tarde do que de costume. Não tomou café-da-manhã como todo dia. Não tomou banho, colocou sua roupa mais linda e saiu faceira, como de hábito.
Hoje o sorriso dela engastalhou. A boca semicerrada disfarça a angústia e o medo que olhar entrega. O cabelo desgrenhado, a camisola até meio-dia. Tudo delata o caos de sua mente confusa.
A manhã está no final. embora suas dúvidas estejam há anos no mesmo lugar. Arrumar as malas é sempre uma terapia, uma fuga boa, um passo rumo a saída.
Com a lingua amarrada, a cara passada, a cama bagunçada ela é, neste dia, mais um ente vivente que procura, busca, luta e cansa.
Mesmo que só por hoje!